domingo, 1 de outubro de 2017

A Adormecida que não mordeu a maçã verde e nem colocou o dedo na roca.

(português abaixo  ) 
Exactly 10 years ago I was debuting one of my deepest projects. Exactly 10 years ago I felt for the first time that sleep was not comfortable and even possible. Exactly 10 ago I was writing a diary. 
A little before the exact ten years ago, me with my daring (which is not soooo daring right now), proposed a project to Peter Greenaway on his exhibition Tulse Luper Suitcases and had carte blanche to do whatever I wanted.
Me, an artist/nobody, a woman. Without knowing how to express myself in English (and I still don't). Me. Suddenly I was there. Where I wished so much to be during years. And yes, I proposed my project that was based on writing a diary inspired by the Greenawaynian universe with influences from Hilda Hilst and from my grandmother.
Inside the exhibition, there was a sleeper.
A sleeper who did not bite the apple.
A sleeper who did not put her finger on the rock.
A sleeper who slept to write. A sleeper who slept to dream. A sleeper who slept to wait.
Her bed... a suitcase for harps.
But she was not a harp.
She did not make any noise.
She just penned and stoled some items from each other suitcases around so that she could write about each item while in her bed.
Exactly 10 years ago I started a journey of a month that became an exchange of letters between Sleeper and the public. One month that seemed eternal.
The months before the exhibition start I was helping to assemble the installation which would be my second home. There, I was surrounded by really special people who encouraged me and helped me to make the project come to life. These people, I keep in my heart!
Thank you so much for this beautiful exchange Adriano Alves Pinto DeCamposDiana Van De VossenbergRosie Stapel, Joep Vermeulen, Serge DodwellMarita RuyterNathalia LordaFrancisco PeresEduardo Paiva, and Peter Greenaway.
Thank you for encouraging me to follow this journey.
-------------------------------
Há exatos 10 anos atrás eu estreava um dos meus mais profundos projetos.
Há exatos 10 anos atrás eu sentia que dormir não era confortável e tão pouco possível. Há exatos 10 anos atrás eu escrevia um diário.
Um pouco antes dos exatos 10 anos atrás, eu com a minha ousadia, não tão ousada assim nos últimos tempos, propunha um projeto para Peter Greenaway dentro da sua instalação Tulse Luper Suitcases e eu tive carta branca.
Eu uma artista/ ninguém, mulher. Sem saber me expressar em inglês. Eu. De repente eu estava lá. Lá onde eu desejei muito durantes anos estar. E sim, eu propunha um projeto meu baseado na escrita e inspirado pelo universo greenawayniano e com certas influencias de Hilda Hilst e minha avó.
Dentro da exposição existia uma adormecida.
Dentro da exposição existia uma adormecia que não mordeu a maçã.
Uma adormecida que não colocou o dedo na roca.
Uma adormecida que apenas dormia para escrever. Uma adormecida que apenas dormia para sonhar. Uma adormecida que apenas dormia para esperar.
Sua cama... uma mala para harpas.
Mas ela não era uma harpa.
Não fazia nenhum ruído.
Apenas escrevia.... e roubava itens de cada uma das outras malas para que pudesse escrever sobre eles em sua cama.
Há exatos 10 anos atrás eu começava uma jornada de um mês que transformou em trocas de cartas entre a adormecida com o público. Um mês atemporal.
Meses antes eu ajudava à montar a instalação que se tornaria minha segunda casa ao lado de pessoas muitos especiais que me encorajaram e ajudaram a fazer este projeto acontecer. Estas pessoas eu tenho no meu coração!
Obrigada por essa linda troca!

A Adormecida Que mordeu a maçã verde e não colocou o dedo na roca.