terça-feira, 20 de maio de 2008

para uma Adormecida que Mordeu a Maçã Verde e Não colocou o Dedo na Roca

Uma Mulher dorme em uma enorme mala. Uma mala para harpas...
seria um caixão?
Uma mulher escreve em um caderno antigo e veste uma camisola do século XIX.
Escreve o que?
Ela percebe os outros à sua volta.

À sua volta, ninguém.
Malas. Apenas. ............ 92 malas com numerações específicas.
A sua; a de número 40.

A mulher resolve que deve sair da mala e procurar.
O que procura?
A quem procura?
Ela procura estar lá. Apenas estar, e contemplar o que há para Estar.

Ao andar, vê as faixas de segurança amarelas e as segue.
Contempla...
Contemplam...

Espero por alguém que não está – diz a moça com um brilho no olhar...
lágrimas escorrem.
Ela lambe o gelo. E bebe para matar a sua sede que não cessa jamais.


A mulher volta ao seu leito e se deleita com palavras/imagens escritas na hora.
Elas são sua vida. São a sua forma de procurar e de esperar.


Thaís de Almeida Prado para a Adormecida da mala nº 40