Quando cheguei eu deveria ter uns 7, 8 anos.
Eu estava dentro de um navio.
Não.
Eu estava dentro de um ventre. De minha mãe talvez.
Não. Minha mãe não estava.
Eu tinha 7, 8 anos...
Acho que cheguei no frio. úmido...
Tinha dois irmãos. Não, acho que um era meu marido.
Beijei sua boca e disse – "Eu te amo".
Quem estava no ventre não era eu e sim ele. Meu filho. Filho do meu marido.
Meus irmãos cresceram e eu casei. Casei pequena.
O ventre era quente e úmido
mas eu tenho frio
Nasci agora.
Não.
Dei a Luz. Não, não dei a luz. Ele morreu. Morreu antes que eu pudesse lhe dar um beijo.
A minha respiração nunca foi o que deveria ser...
Voltei.
O navio era frio. Escuro.
Não podia ver. Apenas pegar.
Peguei na mão dele e sorri.
Ele não viu meu sorriso... pensou em lágrimas
Tenho medo de não poder mais ver
Não vejo meus pais.
Atravessei muitas lágrimas...
Estou longe demais.
Longe demais do começo.
Sou um meio sem começo e fim.
textos, fragmentos de processo, imagens, sons, cheiros... por Thaís de Almeida Prado
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
do sem nome...
.
.
Dói quando respiro...
Isso sempre vem
A guerra, a guerra e não há guerra de fato.
Espero por algo que não vem?
Quem é você?
uma árvore tentando sobreviver.
Quem é você?
uma jaboticabeira tentando sobreviver.
Quem é você?
ninguém.
À janela à espreita. A janela aberta. Sons dos carros que não existiam, e agora estão aqui.
Uma dor no peito. Uma distância por dentro.
Corro. O barulho das pedras no chão.
perseguição. ferida.
estou ferida. braços, pernas, ventre.
Eu à espreita.
Corro para não existir.
corro para não ser vista.
Aqui todos são vistos.
Vivo na contradição de uma chaminé e um Shopping center.
Que sou eu?
Toco fogo na minha prisão.
A mulher dos trilhos.
frente aos trilhos espero que o trem me arrebate.
Quero ser tacada para o fim do sem fim. Ele existe?
Corro para não existir.
uma mão me arrebata. uma força violenta. vôo.
Eu à espreita olho pelo buraco.
o buraco do meu embaixo.
estou do lado do que se vê.
estou do outro lado do muro.
Alí a guerra é perfeita.
A Guerra.
Eu à guerra.
ou não há guerra de fato. eu na guerra de fato.
aqui eu sou perfeita, mas não me sou.
Quem é você?
eu
um buraco que atravessa o vazio.
.
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.
.
Dói quando respiro...
Isso sempre vem
A guerra, a guerra e não há guerra de fato.
Espero por algo que não vem?
Quem é você?
uma árvore tentando sobreviver.
Quem é você?
uma jaboticabeira tentando sobreviver.
Quem é você?
ninguém.
À janela à espreita. A janela aberta. Sons dos carros que não existiam, e agora estão aqui.
Uma dor no peito. Uma distância por dentro.
Corro. O barulho das pedras no chão.
perseguição. ferida.
estou ferida. braços, pernas, ventre.
Eu à espreita.
Corro para não existir.
corro para não ser vista.
Aqui todos são vistos.
Vivo na contradição de uma chaminé e um Shopping center.
Que sou eu?
Toco fogo na minha prisão.
A mulher dos trilhos.
frente aos trilhos espero que o trem me arrebate.
Quero ser tacada para o fim do sem fim. Ele existe?
Corro para não existir.
uma mão me arrebata. uma força violenta. vôo.
Eu à espreita olho pelo buraco.
o buraco do meu embaixo.
estou do lado do que se vê.
estou do outro lado do muro.
Alí a guerra é perfeita.
A Guerra.
Eu à guerra.
ou não há guerra de fato. eu na guerra de fato.
aqui eu sou perfeita, mas não me sou.
Quem é você?
eu
um buraco que atravessa o vazio.
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sábado, 10 de janeiro de 2009
Corrosivo encontra Emilio García Wehbi
Corrosivo encontra Emilio Garcia Wehbi
Emilio García Wehbi nace en la ciudad de Buenos Aires en Marzo de 1964.
Es director teatral, actor, artista visual y docente.
(fonte: alternativa teatral)
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