quarta-feira, 18 de maio de 2011

Para uma música sem título

gotasriz
gotas de chuva esparsas em meu nariz
o calor do vento sobrevoando minhas coxas
linguas entrelaçadas
a ausencia que purifica.

andar ao léo e descobrir que os pés escorrem por minhas veias
palavras ao vento
um grito no ar
um grito no vazio intenso

canto por algum medo
trans
transform
transa uniforme

o que digo perde o sentido
espero deixar de esperar
mordo o estômago de minha língua

os sons sim fazem sentido
um dia lá
um dia lá la la

derrubo as fronteiras que me separam de mim
espasmos de orgasmo escorrem de minhas narinas
gotas de chuva.
paro por aqui, por que a luz do cigarro apagou
não fumo, só observo a fumaça se esvair

perdi a mão da escrita
perdi o fio
e daí?
experimento exprimir

me invadir do que resta.
e o que resta?