terça-feira, 23 de abril de 2019

Mostra Cine NNOSSOS CINEASTAS - edição especial SONPEKIZA TRIO



A mostra deste mês é dedicada às diversas formas de produzir filmes e faz uma homenagem ao cineasta amador Décio Zomignam de Amorim (1914 - 2004), que durante as décadas de 50, 60 e 70 produziu de forma independente diversos filmes de terror e ficção com admiráveis efeitos especiais para época. Uma bateria de filmes de curta e longa metragem de cineastas brasileiros foi selecionada para abrir a telona aos três curtas de Décio Amorim, exibições quase que inéditas, que serão apresentadas com trilha sonora ao vivo feita pelo Sonpekiza Trio

Apresentando os filmes de Alexandre Odzioba, Barbara Vida, Thais de Almeida Prado, Edson Secco, Caetano Gotardo, Marcello D’Villa, Marcelo Denny, Fábio Ruffino, Natasha Motta, Ana Luiza Estevez e Naia Carrasco

A mostra pretende apresentar obras cinematográficas de gêneros diferentes, começando com o documentário “Le Vol des hirondelles” de Alexandre Ozioba (título em português: O vôo das andorinhas), filme que retrata a vida rural no norte do estado de Minas Gerais, Brasil, lugar onde o diretor passou sua infância. O filme narra o cotidiano desses personagens ao mesmo tempo em que é um resgate à vida do jovem cineasta.

O segundo filme é o curta metragem "Sereias" de Barbara Vida Formação de Sereias é o nome da coletiva feminista que se formou na Ocupação do Ministério da Cultura do Rio de Janeiro, OcupaMinC RJ, que teve início durante processo impedimento da presidenta Dilma Rousseff. SEREIAS desvela o protagonismo dos corpos femininos neste movimento através de performances e imagens documentais.

Na sequência apresentam-se os filmes de curta metragem, “Pele de Plástico” de Marcello D’Villa e Marcelo Denny, “Purgatório Axiomático” de Fábio Ruffino, e REND.ER uma co-criação Ana Luiza Estevez, Naia Carrasco e Natasha Motta. Curtas que nos levam a uma imersão sinestésica provocada pela combinação de performance, vídeo arte e poesia.

Seguindo nossa viagem a mostra apresenta a obra cinematográfica “Exercice du Regarde” da cineasta Thais de Almeida Prado, que nasceu de uma residência artística (onde foram produzidos, textos, vídeos e intervenções urbanas) chamada "Les Chemins du Sel", na França. E os “Os Barcos” de Thaís de Almeida Prado e Caetano Gotardo.

E para fechar, o Cine Luz faz uma homenagem especial ao cineasta amador, Décio Zomignan de Amorim. Serão exibidas pela primeira vez ao público as obras: O Mistério Sideral (1964), A Boneca Mágica (1963), As feiticeiras (sem data) com trilha sonora ao vivo do Sonpekiza Trio, grupo de improvisação e experimentação musical e sonora.

Formado por Bruno Iasi - bateria, André Senna – guitarra e Paulo Bira - baixo, tem como base para suas apresentações a música em tempo real, diálogo entre assuntos aparentemente distantes, uma escuta ativa beirando a inovação, gerando confiança em uma proposta multilateral.

Sobre Décio Zomignan de Amorim, nasceu em 28 de maio de 1914 e cresceu em São Paulo, no bairro de Perdizes, na famosa rua Turiassu hoje, Rua Palestra Itália. Desde muito novo se interessou pelo cinema e com apenas 7 anos pediu para seu pai um projetor Pathé Baby de presente. Ainda muito jovem fez filmagens caseiras registrando sua família e o bairro. Formou-se advogado, e com o salário pode aumentar sua coleção de equipamentos e montar a Estrelas Filmes e um pequeno cinema amador em sua casa. Produziu título independentes de longa e curta metragem do gênero ficção/terror, seu elenco era composto por familiares e pessoas de sua vida cotidiana.

O advogado e cinegrafista comandou o programa “A história da sétima arte”, na TV Gazeta, nos anos 1970, e manteve por muitos anos seus equipamentos e rolos de filmes. Faleceu no ano de 2004, na cidade de São Paulo, e apesar dos esforços de sua família, parte de seu material se perdeu. Algumas das películas que foram preservadas, foram passadas para DVD e apesar da qualidade dos áudios e imagens ter sido danificada, o material ainda guarda originalidade dessa produção underground de filmes trashs. Atualmente na Prédio da Faculdade Oswaldo Cruz, há um pequeno museu dedicado ao artista paulistano, com suas câmeras antigas e equipamentos de cinema.

Programação

18:00h - “Le Vol des hirondelles”
(título em português: O vôo das andorinhas)
Documentário/Brasil/França - 2016 (47’)
Filme de Alexandre Ozioba

18:50h - Sereias
Documentário/Performance/Brasil - 2019
Filme de Barbara Vida

19:10h - “Pele de Plástico”
Experimental/Performance/Brasil - 2018 (3' 32")
Filme de Fábio Marino

19:15h - Purgatório Axiomático
Experimental/Performance/Brasil - 2018 (4’)
Filme de Fábio Ruffino

19:20h - REND.ER
Video poesia/Performance/Brasil - 2019 (4' 47'')
Uma co-criação Ana Luiza Estevez, Naia Carrasco e Natasha Motta

19:30h - “Exercice du Regarde”
França/Espanha - 2009-2010 (8’) *Legenda em Português
Filme de Thais de Almeida Prado e Edson Secco

19:40h - “Os Barcos”
França - 2016 (23’)
Filme de Thaís de Almeida Prado e Caetano Gotardo

20:30h - Sonpekiza Trio - Uma homenagem ao cineasta Décio Zomignan de Amorim”
Filmes: O Mistério Sideral (1964), A Boneca Mágica (1963) e As feiticeiras (sem data)
Trilha sonora ao vivo por Sonpekiza Trio
André Senna – guitarra, pedais e laptop
Paulo Bira - baixo e pedais
Bruno Iasi – bateria acústica e eletrônica

22:00h - Encerramento da mostra (fechamento do Centro Cultural Casa da Luz)
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Sinopses dos filmes

Le Vol des hirondelles
(título em português: O vôo das andorinhas)
No norte de Minas Gerais, um grupo de tratoristas passa quase dois meses longe de suas famílias. O que fazer para superar essa distância? Através das pistas entorno desta pergunta, o diretor do filme retorna também às suas origens.

Direção: Alexandre Ozioba
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Sereias
Formação de Sereias é o nome da coletiva feminista que se formou na Ocupação do Ministério da Cultura do Rio de Janeiro, OcupaMinC RJ, que teve início durante o processo impedimento da presidenta Dilma Rousseff. SEREIAS desvela o protagonismo dos corpos femininos neste movimento através de performances e imagens documentais.

Formação de Sereias da Ocupa MinC RJ
Ocupantes do MinC RJ: Andrea Claudia Bernardino; Barbara Vidal; Brenda Jací; Damiana Guimaraes; Doralyce Gonzaga; Dyonne Boy
Fátima Verônica Santos; Isabel Gomide; Ludmila Curi; Marcella Camargo; Taís Alves; Shirley Britto.
Realização / Produção / Montagem: Barbara Vida
Roteiro: Barbara Vida; Ludmila Curi
Fotografia das imagens de arquivo: Integrantes da Ocupa MinC RJ
Fotografia da Performance: Igor Cabral; Ludmila Curi
Som direto da performance: Felipe Lelis
Produção de set: Ligia Mefano; Ian de Farias
Letreiros e Correção de Cor: João Marcos de Almeida;
Assistente de Câmera: Azim Moollan
Still: Bel Lins
Colaboração no roteiro: Clarissa Ramalho
Consultoria de montagem: Joana Collier
Trilha Sonora: Barbara Vida; Doralyce
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Pele de Plástico
O processo de embalagem a vácuo compreende a retirada do ar em contato com o alimento e selagem da embalagem, evitando assim a proliferação de organismos que dependem do oxigênio para sobreviver.

Direção Fábio Marino
Performance Natasha Motta
Montagem Fábio Marino
Música Teijito
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Purgatório Axiomático
À melancolia me entrego, ao amargo do amor ao ego, assim, talvez, suprir-me-ei do vazio, desgraça intermitente do purgatório axiomático. Existência profana!

Gênero Experimental
Duração 4’41’’
Ano 2019
Direção & Montagem Fábio Ruffino
Performer Matheus Oliveira
Trilha sonora Petter Baiestorf
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REND.ER
O mergulho etéreo no caos trás à superfície o divino que transcende na carne.

Direção Naia Carrasco
Roteiro Ana Luiza Esteves e Natasha Motta
Direção de Fotografia Juliana Lira e Naia Carrasco
Performance Natasha Motta
Composição e design de som Adriana Norat
Montagem Ana Luiza Esteves, Naia Carrasco e Natasha Motta
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Os Barcos
Vi folhas que se moviam. Pensei: "É um pássaro em seu ninho." Separei as folhas e olhei. As folhas continuavam a se mover. Enquanto corria, cada vez mais depressa, eu gritava. O que movia as folhas? O que move meu coração, minhas pernas?

Direção, roteiro e montagem: Thaís de Almeida Prado e Caetano Gotardo
Elenco: Anne Rodrigues, Lígia Zilbersztejn, Renan Belfante, Thiago Pereira e Yohanna Rodrigues

Inspirado em um fragmento do livro “As Ondas”, de Virginia Woolf .
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Exercice du Regarde
Uma musa. Um não-lugar. Uma cidade utópica talvez. Um não-lugar de sal. Ela olha longe, bem longe. Talvez ela espere. Talvez ela espere alguém. Não sei... Nós à observamos.

(Video realizado em residencias artísticas na na Saline Royale d'Arc et Senans,
França e Hangar.ORG, Espanha entre novembro de 2009 e janeiro de 2010).

Direção: Thaís de Almeida Prado e Edson Secco
Criação coletiva: Thaís de Almeida Prado, Edson Secco e Carolina Bonfim
Voz e Texto: Thaís de Almeida Prado
Performance: Carolina Bonfim
Camera: Thaís de Almeida Prado e Edson Secco
Edição: Thaís de Almeida Prado e Edson Secco
Som: Edson Secco