terça-feira, 22 de novembro de 2011

Revista Antro Positivo



Revista de teatro eletrônica trimestral e gratuita
http://www.antropositivo.blogspot.com

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

origem / destino - ficção 2



Metrô São Bento. Ela desce um pouco zonza como o emaranhado da cidade. Em frente da igreja de São Bento acredita que vai vomitar, mas não. Caminha no contra fluxo à procura de um refúgio. 1 trilhão e picas diz o impostômetro.
Ela entra no pátio do colégio com intuito de paz. Lá a estátua indica um catequizador “ensinando” índia Bartira, filha do cacique Tibiriça, moradores do Theatro Municipal. Bartira casada com João Ramalho, português selvagem (como era conhecido). Originaram várias famílias em São paulo. Ela quer sentar, mas não é possível sentar no monumento. Aqui também não há paz, a zonzeira continua. Quer água, sente sede.
Sem ficção com a realidade ela anda em direção à praça Clóvis. Passa em frente a casa N.1, lembra de algum passado remoto. Ao lado da Casa n. 1 a Casa da Marquesa, no vão entre essas casas uma ruelazinha. Um grupo de turistas fala inglês, o guia pergunta “Can you see that street? There was a river.”
Ela para em frente ao Portal da ruelazinha e olha pra o que seria o rio.  “preciso chorar” ela pensa. No rio passam carros apenas... antes canoas, barquinhos, pessoas nadando talvez. Ela quer chorar mas caminha até a  “gloriosa” Pça Clóvis.

Uma visão diferente desta praça – debaixo para cima – a cúpula da Igreja da Sé, fonte cascata, palácio da justiça e sua “cúpula” de juízes.
Ela adentra a praça, e o enjoo permanece. Pessoas fumam crack à vista de todos. Ela sem lenço e sem documento anda como se estivesse nua – será que sou um "nóia" aos olhos dos outros?
Muitas pessoas ocupam a praça e pensam ao longe. Há um silêncio que não se pode explicar. Ela senta em frente ao palácio da Justiça e olha o horizonte. Há um horizonte. Ela é como eles. Sem nada nas mãos, só um incomodo enjoo constante. Uma senhora passa lentamente comendo amendoins com seus sapatos tortos. Anda meio à deriva e come. A velha para e olha para mesma direção da moça. Volta a andar e comer seu amendoim.
Ela sem ficção caminha.
Corre na praça em frente à igreja na esperança de algo mudar.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

origem / destino - ficção 1


Da janela de dentro olho o fora. E fora o que há? Existem ELES. ELES passam, me olham e acenam como se eu fosse algum importante. Algum conhecido.
O Menino passa de bicicleta. Não me olhou nem acenou. Por que não ele? Por trás do vidro da janela existe uma outra camada, às vezes vivo por entre ela. Existo nela. Três coelhos passam agora. Você viu? Rosas eles eram. Passam agora, mas eu não. Eu fico. Eu paro para examinar meu olhar. Uma senhora me contou que um amigo viveu como um poliedro. Ele era um poliedro. Acreditava que era assim e que tudo à sua volta era poliedro. Então ele se casou com uma porca, poliedro também, e pode ser feliz porque ela o entendia e ela a entendia. Algumas vezes soltava um ruído. Ruídos de Porca, mas ele não ligava. (isto eu roubei de um livro...) Como cheguei aqui nesse assunto? Perdi o Fio. Falava de atravessar, atravessar por entre as coisas...
Olhando para dentro vejo o fora. Ainda tenho dificuldades com o fora. Será que ao estar fora estou dentro? Besteiras....
Só consigo pensar em fragmentos de texto daquela velha senhora louca e por vezes cor-de-rosa. Grande escrivã,“escritória”.

E se eu me locomover agora, muda? Muda alguma coisa? Muda assunto? Mudo eu?
DESLOQUEI.
Fui para baixo de uma árvore pensar em galhos. Abro minha braguilha e rego a árvore com meu líquido amarelo.
Desloco-me novamente. Estou com os pés no asfalto sujo. As pessoas continuam a me olhar e acenar, mas eu não identifico se as conheço ou não.
Na primeira página do jornal, eu não estou lá. Talvez eu não seja ninguém.

Cheiro de comida. Se me desloco mais um pouco posso ser eu a comida. Antigamente viviam pessoa por aqui que comiam pessoas. Dizem que eram muitas. Muitas que comiam ou eram comidas. A tinta da minha caneta se esvai. Será que minha memória se esvai?
Ela olhou pra mim e sorrio. Me amou algum dia. Ele também, daquele jeito ali. A vezes parece que está tudo embaralhado. A caneta é meu tempo. Ela se esgota e eu também. Um dia terei sido um contador de anedotas antigas.....
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domingo, 6 de novembro de 2011

ANTRO EXPOSTO NO SATYRIANAS 2011


Duas direções e um texto de
Ruy Filho no Dramamix
A cobertura do
Coletivo de Críticas Diálogos
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